Cresce o uso do celular como ferramenta em escolas pelo Brasil
Segundo a pesquisa TIC Educação, 49% dos professores usuários de internet declararam utilizar o celular em atividades com os alunos.
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Embora estejam presentes em 81% das escolas públicas, os laboratórios de informática encontravam-se em uso em pouco mais da metade delas em 2016, segundo a pesquisa TIC Educação
Ainda de acordo com o levantamento, somente 31% dos professores de escolas públicas utilizam computadores no laboratório para desenvolvimento de atividades com os alunos. “Apesar de sermos um dos primeiros países na América Latina a termos uma política de TIC na educação, a plena adoção de computadores e da internet nas rotinas de ensino e aprendizagem ainda é limitada, seja por deficiências na infraestrutura de TIC, seja por limitações na capacitação do professor”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Pela primeira vez em 2016, a pesquisa investigou a utilização de celulares por alunos em atividades pedagógicas, realizadas tanto dentro quanto fora da escola. O uso desse tipo de dispositivo em atividades escolares foi citado por 52% dos alunos de escolas com turmas de 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental e do 2º ano do Ensino Médio, localizadas em áreas urbanas. Esse percentual atingiu 74% entre os estudantes do Ensino Médio.
A pesquisa aponta que 91% dos professores utilizaram a internet pelo celular para uso pessoal — no primeiro ano do levantamento, em 2011, esse número era de apenas 15%. Além disso, 49% dos professores usuários de internet declararam utilizar o celular em atividades com os alunos, um crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao ano anterior (39%).
Apesar do avanço no uso do celular enquanto ferramenta pedagógica, apenas 31% dos estudantes afirmaram utilizar a internet pelo telefone celular na escola, sendo 30% entre os alunos de escolas públicas e 36% nas instituições privadas. As restrições ao acesso de estudantes à rede Wi-Fi da escola estão entre os aspectos que explicam a baixa utilização do equipamento no ambiente escolar: enquanto 92% das escolas possuíam rede Wi-Fi, 61% dos diretores afirmaram que o uso dessa conexão não é permitido aos alunos.
Após 20 anos de implementação do ProInfo — programa criado pelo governo federal para promover o uso pedagógico de tecnologias de informação e comunicações (TICs) na rede pública de Ensino Fundamental e Médio —, ainda há desafios a serem vencidos quanto ao acesso a equipamentos TIC e à conexão à internet. A presença de algum tipo de computador (de mesa, portátil ou tablet) encontra-se universalizada entre as escolas públicas localizadas em áreas urbanas, sendo que 95% delas possuem ao menos um desses computadores conectados à internet. Entretanto, 45% das escolas públicas ainda não ultrapassaram 4Mbps de velocidade de conexão à Internet, enquanto 33% delas possuem velocidades de até 2Mbps.
Segundo a pesquisa, 40% dos docentes de escolas públicas usuários de internet afirmam utilizar o computador em sala de aula para atividades com os alunos, sendo que somente 26% dizem que se conectam à rede mundial quando realizam essas atividades. Em escolas particulares, esses percentuais são de 58% e 54%, respectivamente. “Apesar dos avanços registrados na conexão à internet que chega às escolas, ainda existem muitos espaços educativos em que não há acesso ou esse acesso é limitado. É fundamental, portanto, a ampliação do uso da Internet nos espaços pedagógicos mais utilizados por professores e alunos, como as salas de aula, bibliotecas e salas de estudo”, ressalta Barbosa.
Uso das TICs na prática pedagógica
A pesquisa TIC Educação 2016 também traz indicadores sobre a percepção de professores, coordenadores pedagógicos e diretores sobre o uso das tecnologias nas práticas pedagógicas. “Essas percepções contribuem para subsidiar ações ainda necessárias para o aprimoramento deste uso no processo de ensino e aprendizagem”, explica Barbosa.
Para 94% dos professores, o uso das TICs permitiu acesso a materiais didáticos mais diversificados ou de melhor qualidade. Além disso, grande parte dos docentes concordaram que a adoção de novos métodos de ensino (85%) e o cumprimento de tarefas administrativas com maior facilidade (82%) é um resultado do uso das TICs.
Segundo diretores (36%) e coordenadores pedagógicos (35%) de escolas particulares, o desenvolvimento de novas práticas de ensino baseadas no uso de computador e Internet é a ação prioritária para a integração das TIC na escola. Nas escolas públicas, o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas também é relevante, mas aparecem com maior destaque as ações na área da infraestrutura. Para 32% dos diretores e 22% dos coordenadores pedagógicos o aumento do número de computadores por aluno deve ser a ação prioritária.
Em sua 7ª edição consecutiva, a pesquisa TIC Educação 2016 foi realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2016 e contemplou 1.106 escolas públicas e privadas, com turmas do 5º ou 9º ano do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio localizadas em áreas urbanas. A pesquisa entrevistou 935 diretores, 922 coordenadores pedagógicos, 1.854 professores de Língua Portuguesa e Matemática ou multidisciplinares e 11.069 alunos de 5º e 9° ano do Ensino Fundamental e 2° ano do Ensino Médio.
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