O estereótipo cultural e o preconceito não foram suficientes para desmotivar nenhuma delas. Esta sala cheia de futuras programadoras é um exemplo de quem, acima de qualquer adversidade, foi atrás do que realmente queria; independente das barreiras e desafios do caminho. Não é segredo: o mercado de tecnologia é predominantemente masculino. Mas aqui – entre mulheres – elas pretendem dar mais um passo para mudar essa história.
O Projeto PrograMaria, assim como outras iniciativas exclusivas para mulheres, oferece ferramentas e oportunidades para inserir mais meninas no mundo da tecnologia. A ideia surgiu de um grupo de amigas com uma vontade em comum: se infiltrar no mundo hi-tech e aprender a programar. Todas elas sentiam a necessidade de aprender a programar. O mais legal foi que, depois que aprenderam e viram como era restrito o número de mulheres nesse mercado, resolveram repassar o conhecimento adquirido através de cursos exclusivos...
A Gabi joga futebol desde pequena; está acostumada a ser minoria em ambientes predominantemente masculinos. Mas a maioria nunca passou por isso e prefere fugir da situação. Estatísticas dão conta que 79% das mulheres que entram em cursos relacionados a computação desistem ainda no primeiro ano de estudo por causa do ambiente hostil e machista. Além de aprender a programar, o desejo dela é se tornar referência entre as colegas para ajudar outras que buscam seguir os mesmos passos.
A Larissa já trabalha com dados há algum tempo; de certa forma, mesmo antes de entrar no curso, já estava bastante próxima do pessoal de TI.
O curso é apenas uma introdução sobre o mundo da programação. A ideia, além de ensinar, é ser um grande incentivo para quem realmente se interessar pelo assunto continuar aprendendo. E, mais do que entrar para o mundo da tecnologia, todas elas aqui fazem parte da missão maior de provar que aquela ideia de que mulher não combina com o segmento está errada. Aliás, nem poderíamos chegar ao fim desta matéria sem lembrar que a própria história da programação começou graças a uma mulher. Ainda no século 19, Augusta Ada King Noel, condessa de Lovelace, foi a primeira a perceber que seria possível programar máquinas. É creditada a ela a criação do primeiro algoritmo da humanidade. A condessa entrou nos livros de história com o nome abreviado para Ada Lovelace e é hoje considerada a mãe da programação. Ou seja, as nossas meninas estão mais do que bem acompanhadas no desafio de criar softwares.
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